A honestidade é como o azeite


A honestidade é como o azeite, vem sempre ao de cima

Os mais atentos anunciam que estamos num tempo perigoso de pós-verdade, onde mentira e verdade são medidas pela mesma bitola, correndo-se o risco de o certo e o errado serem duas faces da mesma moeda, com igual valor em si. 

Por estes dias, a Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) divulgou uma nota sobre algo que escasseia neste nosso mundo: a honestidade.


Arrisco-me a dizer que também estamos num tempo de pós-honestidade, insensatez, e, no final da linha, de imprudência e de injustiça.

Na entrada online na Internet, a Nota da Comissão Nacional Justiça e Paz é ilustrada com a imagem que aqui reproduzo, com uma mão a oferecer um maço de notas e outra a negar a maquia, para exemplificar, claro está, a negação da corrupção, uma forma de desonestidade que grassa de forma maquiavélica na nossa sociedade.

Abstenho de aqui colocar exemplos de falta de honestidade, não vou manchar o texto com nódoas.

A desonestidade pode ser económica, intelectual e social, dá-se quando a pessoa não pensa no bem de todos, apenas no seu e/ou no dos seus pares e confrades. Também há quem não consiga tão-pouco ser honesto consigo próprio, não reconhecendo os seus erros e falhas, e, a partir daí, é como num escorrega de um parque infantil, sempre a descer.

A moda da desonestidade anda nestes preparos: a ser-se desonesto que se seja em grande, com pompa e circunstância. Quando os factos vierem ao de cima - eu ainda sou daquelas/es que acredita que sempre vêm ao de cima, como o azeite, ... mas que demora, demora... -  que seja em grande, tão grande, que não se consiga recuperar o perdido.

A desonestidade pequenina, aquela dos pobres de espírito, como eu, pesa na consciência, e, como refere a Nota da Comissão Justiça e Paz, “caímos em nós e desejamos emendar, corrigir o que fizemos ou, pelo menos, reparar os danos”. 

A desonestidade grande, isto é, a dos grandes e poderosos, ganha contornos de intocável e, como refere a CNJP, gera um “ sentimento generalizado de complacência acerca deste valor”.

Pois não pode continuar a ser assim, há que colocar a honestidade na moda, fazer o certo mesmo que ninguém esteja a olhar e continuar a fazer o certo quando estão a olhar, porque é importante dar-se o exemplo. A bem da verdade, ou se é honesto ou não se é. 

Fotografia:  http://www.ecclesia.pt/cnjp/

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